A FANTÁSTICA DIETA DA BÍBLIA
A dieta, que promete a perda de 5 kg por mês, exige sacrifício. São apenas 600 calorias por dia, três vezes menos que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. A invenção é do médico judeu Edson Ramuth, que fundamentou a sua fórmula de emagrecimento no Velho Testamento.
Era só mais um passeio pelo shopping e uma olhadela nas vitrines repletas de modelos tamanhos P e M, que há anos não serviam nela. Até que a professora Simone Herdelha, 36, avistou uma placa que prometia "mudar o corpo em cinco semanas". Ficou desconfiada. Já que estava ali mesmo, resolveu arriscar. Conheceu a dieta da Bíblia.
A invenção é do médico judeu Edson Ramuth, que fundamentou a sua fórmula de emagrecimento no Velho Testamento, texto sagrado para os judeus ortodoxos, que seguem as recomendações nutricionais bíblicas. "Estudei a composição dos alimentos, analisei vitaminas, sais minerais, proteínas e calorias de cada um em relação às necessidades do corpo e criei o meu cardápio", afirma o cirurgião plástico e esteticista.
A dieta, que promete a perda de 5 kg por mês, exige sacrifício. São apenas 600 calorias por dia, três vezes menos do que o consumo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Por isso, o regime também é curto: no máximo 11 dias por mês, sendo que no sexto, o sábado, dia sagrado para os judeus, a dieta recomenda apenas a ingestão de água.
Simone repetiu a série por quatro vezes e eliminou 14 kg. "E não foi milagre.É bem complicado", afirma ela, que é católica não-praticante. Para o ponteiro da balança bater nos 68 kg, a lista de proibições, baseada no "cardápio bíblico", foi bem grande.
Mais magra, a professora recebeu a notícia da chegada do primeiro filho. "Gestação acima do peso é muito arriscada. Ainda bem que, mesmo sem planejar um bebê, perdi uns bons quilos antes", conta Simone, grávida de quatro meses. Ela pretende voltar à dieta da Bíblia em julho do ano que vem. A meta é chegar aos 62 kg e, depois, conseguir manter a silhueta. "Como quando eu era novinha."
Efeito sanfona
Segurar os ponteiros da balança é exatamente a dificuldade do coordenador de vendas Odair de Brito, 37. Ele começou a dieta da Bíblia há cinco meses e luta religiosamente contra o efeito sanfona. No primeiro mês, perdeu 6 kg. No segundo, três. No terceiro, apenas um. Resolveu dar uma pausa de dois meses no regime, e, aí, "a coisa degringolou". "Recuperei, rapidinho, 5 kg dos 10 kg que havia emagrecido", lembra.
Arrependido, o cristão Odair, que freqüenta há dois anos uma igreja protestante, terminou na última quarta-feira mais uma nova maratona da dieta bíblica. Perdeu 5 kg. Precisa eliminar mais cinco para chegar aos 78 kg, o seu peso ideal. Mas isso é assunto para depois das festas de fim de ano. Até lá, ele já se dará por satisfeito se conseguir não engordar.
O problema, como em qualquer outra dieta, é não cair em tentação. "Tem que ter força de vontade e contar com a compreensão da família", diz ele, que pediu para a mulher, Luciane, não saborear os "pratos proibidos" na sua frente. "Daí não dá para resistir, não é?"
Quem pretende seguir os mandamentos do dr. Edson precisa ficar atento. A nutricionista Paula Crook alerta que sacrifícios como esses não são uma forma saudável de enfrentar o "pecado da gula". Isso porque, em dietas restritivas, a pessoa perde massa muscular, metabolicamente ativa. Quando pára o regime, está com o metabolismo mais lento e volta a engordar. "Pior, pode ganhar ainda mais peso do que tinha antes."
Para a nutricionista, a melhor dieta é a velha conhecida reeducação alimentar. "Um processo lento, mas com resultados duradouros", afirma.
Como se vê, para emagrecer com saúde, o que funciona, ainda, são outros princípios bíblicos, nada milagrosos, como a paciência e a perseverança.
É proibido comer
- Mais de 600 calorias por dia
- Carne de porco e de outros bichos que não ruminam, conforme os preceitos que embasam a dieta kasher
- Carne crua ou malpassada
- Leite e derivados (queijo, coalhada, creme de leite) na mesma refeição com carne, como filé à parmigiana e estrogonofe, a exemplo dos judeus ortodoxos
- Frutos do mar e peixes sem escamas, como cação e pintado
Era só mais um passeio pelo shopping e uma olhadela nas vitrines repletas de modelos tamanhos P e M, que há anos não serviam nela. Até que a professora Simone Herdelha, 36, avistou uma placa que prometia "mudar o corpo em cinco semanas". Ficou desconfiada. Já que estava ali mesmo, resolveu arriscar. Conheceu a dieta da Bíblia.
A invenção é do médico judeu Edson Ramuth, que fundamentou a sua fórmula de emagrecimento no Velho Testamento, texto sagrado para os judeus ortodoxos, que seguem as recomendações nutricionais bíblicas. "Estudei a composição dos alimentos, analisei vitaminas, sais minerais, proteínas e calorias de cada um em relação às necessidades do corpo e criei o meu cardápio", afirma o cirurgião plástico e esteticista.
A dieta, que promete a perda de 5 kg por mês, exige sacrifício. São apenas 600 calorias por dia, três vezes menos do que o consumo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Por isso, o regime também é curto: no máximo 11 dias por mês, sendo que no sexto, o sábado, dia sagrado para os judeus, a dieta recomenda apenas a ingestão de água.
Simone repetiu a série por quatro vezes e eliminou 14 kg. "E não foi milagre.É bem complicado", afirma ela, que é católica não-praticante. Para o ponteiro da balança bater nos 68 kg, a lista de proibições, baseada no "cardápio bíblico", foi bem grande.
Mais magra, a professora recebeu a notícia da chegada do primeiro filho. "Gestação acima do peso é muito arriscada. Ainda bem que, mesmo sem planejar um bebê, perdi uns bons quilos antes", conta Simone, grávida de quatro meses. Ela pretende voltar à dieta da Bíblia em julho do ano que vem. A meta é chegar aos 62 kg e, depois, conseguir manter a silhueta. "Como quando eu era novinha."
Efeito sanfona
Segurar os ponteiros da balança é exatamente a dificuldade do coordenador de vendas Odair de Brito, 37. Ele começou a dieta da Bíblia há cinco meses e luta religiosamente contra o efeito sanfona. No primeiro mês, perdeu 6 kg. No segundo, três. No terceiro, apenas um. Resolveu dar uma pausa de dois meses no regime, e, aí, "a coisa degringolou". "Recuperei, rapidinho, 5 kg dos 10 kg que havia emagrecido", lembra.
Arrependido, o cristão Odair, que freqüenta há dois anos uma igreja protestante, terminou na última quarta-feira mais uma nova maratona da dieta bíblica. Perdeu 5 kg. Precisa eliminar mais cinco para chegar aos 78 kg, o seu peso ideal. Mas isso é assunto para depois das festas de fim de ano. Até lá, ele já se dará por satisfeito se conseguir não engordar.
O problema, como em qualquer outra dieta, é não cair em tentação. "Tem que ter força de vontade e contar com a compreensão da família", diz ele, que pediu para a mulher, Luciane, não saborear os "pratos proibidos" na sua frente. "Daí não dá para resistir, não é?"
Quem pretende seguir os mandamentos do dr. Edson precisa ficar atento. A nutricionista Paula Crook alerta que sacrifícios como esses não são uma forma saudável de enfrentar o "pecado da gula". Isso porque, em dietas restritivas, a pessoa perde massa muscular, metabolicamente ativa. Quando pára o regime, está com o metabolismo mais lento e volta a engordar. "Pior, pode ganhar ainda mais peso do que tinha antes."
Para a nutricionista, a melhor dieta é a velha conhecida reeducação alimentar. "Um processo lento, mas com resultados duradouros", afirma.
Como se vê, para emagrecer com saúde, o que funciona, ainda, são outros princípios bíblicos, nada milagrosos, como a paciência e a perseverança.
É proibido comer
- Mais de 600 calorias por dia
- Carne de porco e de outros bichos que não ruminam, conforme os preceitos que embasam a dieta kasher
- Carne crua ou malpassada
- Leite e derivados (queijo, coalhada, creme de leite) na mesma refeição com carne, como filé à parmigiana e estrogonofe, a exemplo dos judeus ortodoxos
- Frutos do mar e peixes sem escamas, como cação e pintado
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