Conheça a bíblia mais antiga do Brasil escrita no idoma alemão
Quem nunca participou daquelas gincanas na Igreja?
- Trazer a bíblia mais antiga!
Essa aqui ganharia fácil!
Está escrita em alemão, mas não deixa de ser bíblia!
A Bíblia mais antiga escrita no idioma alemão no Brasil é bem mais do que um livro passado de geração em geração há quase 300 anos, na família Ensslin. Trata-se de um tesouro que chega a fazer parte da própria bandeira do município de Arroio do Tigre, fato que demonstra o apego às raízes germânicas, cujos descendentes, no dia 6 de novembro de 1963, levaram o município a deixar a condição de vila de Sobradinho para se transformar no Celeiro da Região Centro-Serra.
A Bíblia, datada de 1584, foi trazida à região pelo alemão Ludwig Gustav Ensslin, no ano de 1886. Ele trouxe a relíquia na bagagem, nos porões do navio Argentina. O exemplar de luxo, herança de família, é conhecido como a Bíblia de Witterberg. Ludwig, avô de Francisco Ensslin, foi mestre curtidor e procedente da cidade de Bopfingen, na Alemanha.
O imigrante alemão desembarcou no Rio Grande do Sul com uma caixa pesando 317 quilos. Atualmente, o livro é preservado em um cofre na residência de Paulo e Julsane Ensslin, em Arroio do Tigre. O casal recebeu a publicação no dia 14 de outubro de 2001, de Francisco Carlos Ensslin, com quem esteve por muitos anos. O livro pesa seis quilos e meio, possui a espessura de 39 centímetros e 1.246 páginas. Francisco era viúvo e não tinha filhos naturais, por isso repassou a relíquia para Paulo, seu afilhado.
Uma capa de madeira, revestida de couro, protege o exemplar, que se encontra em bom estado de conservação. Pelo valor sentimental, a obra está acondicionada em um cofre. Há Bíblias ainda mais velhas, porém em latim.
Nas duas contracapas está descrita a transferência de propriedade, geralmente de mãe para filha, com tinta legível. A primeira inscrição foi feita em 1719 por Maria Elisabeth Ensslin, que herdou a Bíblia da mãe.
Cuidados
De acordo com Julsane Ensslin, antes da tradicional festa da família, a intenção é levar a Bíblia para um restaurador profissional em São Paulo. Justamente com o objetivo de preservar ao máximo as condições do livro, ele não é exposto ou emprestado a ninguém, salvo em casos raríssimos. “Precisamos cuidar desse patrimônimo que tem, pelo menos para nós, um valor sentimental muito grande”, afirma. A Bíblia terá – em virtude da sucessão natural – Jader Henrique Ensslin, de 25 anos, como futuro dono. “Os mais antigos se emocionam quando estão perto do livro. O Ludwig, mesmo com dificuldades financeiras, não quis vendê-la”, afirma.
Fonte: Gazeta do Sul
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A Bíblia mais antiga escrita no idioma alemão no Brasil é bem mais do que um livro passado de geração em geração há quase 300 anos, na família Ensslin. Trata-se de um tesouro que chega a fazer parte da própria bandeira do município de Arroio do Tigre, fato que demonstra o apego às raízes germânicas, cujos descendentes, no dia 6 de novembro de 1963, levaram o município a deixar a condição de vila de Sobradinho para se transformar no Celeiro da Região Centro-Serra.
A Bíblia, datada de 1584, foi trazida à região pelo alemão Ludwig Gustav Ensslin, no ano de 1886. Ele trouxe a relíquia na bagagem, nos porões do navio Argentina. O exemplar de luxo, herança de família, é conhecido como a Bíblia de Witterberg. Ludwig, avô de Francisco Ensslin, foi mestre curtidor e procedente da cidade de Bopfingen, na Alemanha.
O imigrante alemão desembarcou no Rio Grande do Sul com uma caixa pesando 317 quilos. Atualmente, o livro é preservado em um cofre na residência de Paulo e Julsane Ensslin, em Arroio do Tigre. O casal recebeu a publicação no dia 14 de outubro de 2001, de Francisco Carlos Ensslin, com quem esteve por muitos anos. O livro pesa seis quilos e meio, possui a espessura de 39 centímetros e 1.246 páginas. Francisco era viúvo e não tinha filhos naturais, por isso repassou a relíquia para Paulo, seu afilhado.
Uma capa de madeira, revestida de couro, protege o exemplar, que se encontra em bom estado de conservação. Pelo valor sentimental, a obra está acondicionada em um cofre. Há Bíblias ainda mais velhas, porém em latim.
Nas duas contracapas está descrita a transferência de propriedade, geralmente de mãe para filha, com tinta legível. A primeira inscrição foi feita em 1719 por Maria Elisabeth Ensslin, que herdou a Bíblia da mãe.
Cuidados
De acordo com Julsane Ensslin, antes da tradicional festa da família, a intenção é levar a Bíblia para um restaurador profissional em São Paulo. Justamente com o objetivo de preservar ao máximo as condições do livro, ele não é exposto ou emprestado a ninguém, salvo em casos raríssimos. “Precisamos cuidar desse patrimônimo que tem, pelo menos para nós, um valor sentimental muito grande”, afirma. A Bíblia terá – em virtude da sucessão natural – Jader Henrique Ensslin, de 25 anos, como futuro dono. “Os mais antigos se emocionam quando estão perto do livro. O Ludwig, mesmo com dificuldades financeiras, não quis vendê-la”, afirma.
Fonte: Gazeta do Sul
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