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Embaixador brasileiro no Irã reivindica libertação de Youcef Nadarkhani junto ao Aiatolá Ali Khamenei

A ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, informou hoje que o embaixador do Brasil no Irã Antonio Salgado tem efetuado contatos com assessores próximos ao líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, reivindicando a libertação do pastor Youcef Nadarkhani, preso e condenado à execução pelo crime de apostasia.

Mas as autoridades iranianas permanecem reticentes sobre o assunto e postergando as decisões, alegando que a questão da prisão do pastor é um problema de natureza estritamente interna ao país.
A informação foi dada pelo deputado Marco Feliciano (PSC/SP), que vem conversando com autoridades brasileiras para que elas intercedam junto ao governo iraniano em favor da libertação de Nadharkani. O Brasil tem sido apontado com uma das nações que podem intervir junto ao país do Oriente Médio por gozar de boas relações diplomáticas.

O deputado da bancada evangélica vem realizando um trabalho de mobilização desde outubro de 2010 com o governo em favor do líder religioso que sofre intensa perseguição em seu país de origem.
O sistema jurídico iraniano acrescentou à acusação de apostasia atribuída inicialmente a Nadarkhani, outros crimes de natureza sexual e consumo de álcool, o que fornece agravantes à sua situação.

Segundo a comunicação da Casa Civil, é difícil a avaliação quanto ao tempo para o desfecho do processo do líder religioso, pois os crimes atribuídos a ele são naquele país punidos com sentença de morte.

A exemplo de Sakineh Ashtiani, que em 2006 foi condenada à morte por apedrejamento pelo crime de adultério, “casos como este, que despertam repercussão internacional, costumam ter seu desenvolvimento protelado pelas autoridades judiciárias do país”, diz o comunicado eletrônico da Casa Civil.

Não é a primeira vez que o Irã adia decisões sobre execução de presos que conseguem, por meio de repercussão e pressão internacionais, ter sua pena postergada.

Sakineh Ashtiani, a iraniana condenada à morte por apedrejamento por adultério pelas autoridades iranianas foi um dos casos que provocaram indignação internacional. Sakineh permanece presa e sua sentença poderá ser mudada para enforcamento.

Na época, o então presidente Luis Inácio Lula da Silva ofereceu asilo à iraniana. O Irã decidiu suavizar o tom em relação à condenada e anunciou que poderia suspender a pena devido a “reservas humanitárias”, sem, no entanto, afastar a hipótese de execução.

A intervenção brasileira vem se somar a outras manifestações de organismos internacionais como a Casa Branca, o Departamento de Estado do EUA, a União Europeia e o secretário de Relações exteriores britânico, William Hague, que da mesma forma vem apelando pela libertação do líder religioso.

Na segunda-feira (27) foi divulgada uma declaração do porta-voz da Alta Representante da União Européia para Relações Exteriores, Catherine Ashton, pedindo a imediata libertação do pastor Nadharkani e pela suspensão de sua execução.

Veja a íntegra da declaração:

A Alta Representante expressou, em diversas ocasiões, sua séria preocupação em relação às execuções no Irã e instou o Irã a libertar o pastor iraniano Youcef Nadarkhani e outros iranianos condenados à morte por crimes que, de acordo com padrões internacionais, não deveriam resultar na pena capital. A Alta Representante está, por conseguinte, extremamente preocupada em relação a notícias de que a execução do pastor iraniano Youcef Nadarkhani, em Rasht, província de Gilan, poderia ser iminente. A execução do pastor Nadarkhani por acusação de apostasia seria outro exemplo da deterioração da situação das minorias religiosas na República Islâmica do Irã. Portanto, a Alta Representante insta a República Islâmica do Irã a respeitar seus compromissos internacionais de direitos humanos. Ela insta firmemente o Irã a não executar o pastor Nadarkhani. Ele deveria ser libertado imediatamente.”

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